O Ato de ‘’Bater Cabeça’’
Quando os negros africanos foram escravizados
e trazidos para o Novo Mundo – América – além de perderem a sua liberdade,
também lhes foram votados de dar continuidade a suas tradições familiares, suas
línguas em seus diversos dialetos, seu folclore e principalmente seus cultos
religiosos. O europeu branco queria catequizar o negro, fazendo com que
passassem a cultuar os deuses brancos, através da religião oficial e única
permitida na época, a religião católica apostólica romana. A igreja justificava
a escravidão como sendo uma oportunidade ao negro de ‘’salvar-lhe’’ a alma,
convertendo-o ao catolicismo
Os negros cultuavam seus Orixás em potes de
barro (quartinhas) que continham os ‘’assentamentos do Orixá’’, e não queriam
deixar de louvá-los, apesar de sua condição de escravo. Não perderam a fé,
aliás, foi á única coisa que lhes restou. Então a saída encontrada foi a
enterrar os potes no chão da senzala e, em cima deles, colocar uma imagem de um
santo católico, iniciado assim o famoso sincretismo religioso, tão falado em se
tratando de Umbanda.
Os escravos
colocavam a fronte no chão, no ‘’pé do santo’’, para se ligar ao assentamento
do Orixá que cultuava. Mas os jesuítas entendiam este ato como total submissão
e aceitação a religião católica. Por isso, muitos terreiros até hoje ainda
conservam em seu peji, as imagens católicas
O ato de ‘’bater
cabeça’’ denota o respeito á tradição e a fé que o negro não negou, mesmo na
condição social em que se encontrava.
Nenhum comentário:
Postar um comentário