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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Umbanda


O Ato de ‘’Bater Cabeça’’

     Quando os negros africanos foram escravizados e trazidos para o Novo Mundo – América – além de perderem a sua liberdade, também lhes foram votados de dar continuidade a suas tradições familiares, suas línguas em seus diversos dialetos, seu folclore e principalmente seus cultos religiosos. O europeu branco queria catequizar o negro, fazendo com que passassem a cultuar os deuses brancos, através da religião oficial e única permitida na época, a religião católica apostólica romana. A igreja justificava a escravidão como sendo uma oportunidade ao negro de ‘’salvar-lhe’’ a alma, convertendo-o ao catolicismo
     Os negros cultuavam seus Orixás em potes de barro (quartinhas) que continham os ‘’assentamentos do Orixá’’, e não queriam deixar de louvá-los, apesar de sua condição de escravo. Não perderam a fé, aliás, foi á única coisa que lhes restou. Então a saída encontrada foi a enterrar os potes no chão da senzala e, em cima deles, colocar uma imagem de um santo católico, iniciado assim o famoso sincretismo religioso, tão falado em se tratando de Umbanda.
     Os escravos colocavam a fronte no chão, no ‘’pé do santo’’, para se ligar ao assentamento do Orixá que cultuava. Mas os jesuítas entendiam este ato como total submissão e aceitação a religião católica. Por isso, muitos terreiros até hoje ainda conservam em seu peji, as imagens católicas
     O ato de ‘’bater cabeça’’ denota o respeito á tradição e a fé que o negro não negou, mesmo na condição social em que se encontrava.

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